Então, eu assisti à "A forma da água"/"The shape of water" do Guillermo del Toro.

   


    Sim, eu fiquei um bom tempo sem escrever nada aqui no blog, principalmente pela enxurrada de trabalhos e provas na faculdade, trabalho, papelada do meu intercâmbio; mas também simplesmente pelo fato de eu não ter assistido a muitos filmes e lido muitos livros. Depois de ter ficado um bom tempo sem consumir nada de cinema, apenas começando algumas séries whatever, eu decidi sentar e ver qual era desse último filme do del Toro, esse que ganhou o Oscar e tudo mais. 
    
    Já vou dizendo que não sou o maior fã de ficção científica; mas sou admirador de coisas estranhas, diferentes e que brinquem com a aversão ao estranho, e de certa forma foi isso que encontrei na película do gênero com um clima de Guerra Fria e um monstro que me lembrou muito de HellBoy. O filme é bonito (não sei se esse seria o melhor adjetivo para descrevê-lo, mas vou ficar com bonito mesmo), porém a beleza nem sempre é apresentada na sua forma tradicional; em "A forma da água", Del Toro utiliza uma bela escolha de fotografia, cenário e estética para construir um universo com muita personalidade. 

    A história principal não é muita coisa, na verdade é bem clichê; uma das funcionárias responsáveis pela limpeza de uma base governamental dos EUA durante a corrida armamentista se apaixona por uma das "experiências" com a qual o governo está lidando. "A experiência" é na verdade um monstro marinho, uma mistura de homem com anfíbio, capturado pelo governo americano em um rio na América do Sul (vou acreditar que seja na Amazônia). Os nativos acreditavam que o "homem anfíbio" era um tipo de divindade, um deus. 

    O brilho do filme está nos detalhes, e principalmente da índole e personalidade de cada personagem, por mais raso que ele seja. Mesmo um personagem que apareceu apenas uma vez ao longo do filme inteiro, que é o exemplo do marido da Zelda, é construído de forma "despreocupada" através de relatos da própria Zelda para a Elisa (protagonista) enquanto estão trabalhando. O modo que descobrimos a orientação sexual de Giles, ilustrador e vizinho de Elisa, é de uma sutileza e simplicidade incrível. 

    O fundo histórico, por mais que seja o que movimentou a história, não recebe tanta ênfase ao longo da trama. Alguns espiões russos, um cientista que aparentemente trocou de lado, etc. Mas, com relação ao contexto histórico, o que mais me chamou a atenção foi um pequeno detalhe que passou despercebido para um amigo meu que já havia assistido ao filme: quando Giles leva sua ilustração para uma fábrica (não sei dizer do que) e recebe a ordem de mudar a cor da gelatina (que era vermelha). Talvez eu esteja indo longe demais, mas acho que isso seria uma "repugna" ao comunismo da URSS, sendo transmitido através da aversão a uma cor característica do movimento. 

    O vilão é muito bem construído, um personagem muito fácil de ser odiado; machista, "dono" da casa, grande representante da família "tradicional" que os EUA tentavam vender na década de sessenta, tenta assediar as funcionárias, possui um sentimento de ódio pela criatura, e por aí vai. 

    Filme bem massa, confesso que estava esperando algo mais psicológico/filosófico, e acabei recendo uma aventura um pouco diferente. See you mates. 




3 comentários:

  1. adorei shape of water mas queria que lady bird tivesse ganhado, greta merecia

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    1. Acabei assistindo Lady Bird apenas ontem, mas adorei. Greta Gerwig é incrível!

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    2. Ela é mesmo, merece muito toda a visibilidade que ta recebendo, os videos dela dirigindo lady bird são a coisa mais fofa aaaa

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