"Master of None": New York, trabalho, amigos e abraços.

   
(recomendo assistir bebendo vinho)


   Decidi de forma muito aleatória começar uma série que, pelo menos pelo nome, não me chamaria tanto à atenção. Vi uma foto de landscape de New York no cartaz da série e decidi dar uma chance; desde Frances Ha, adoro qualquer filme que se passe nessa cidade (que seja bom, claro). Fiquei de boca aberta de tanta risada e reflexão com essa série extraordinária, acho que essa frase consegue resumir muito bem meu sentimento com essa produção. Em suma, se eu precisasse/quisesse resumir o conteúdo de "Master of None", poderia dizer que é uma mistura de drama com comédia, uma fotografia linda, personagens incríveis, críticas sociais (de forma engraçada e inteligente), representatividade de minorias (novamente de forma inteligente e engraçada), relacionamentos, conflito de gerações e pasta (na segunda temporada alguns episódios são gravados na Itália). 

   Em "Master of None", praticamente todas as situações ocorrem com Dev, um americano com descendência indiana, trabalha com atuação, mas não sabe se realmente quer isso (os jobs que ele consegue me lembraram muito o Joey de Friends; comercial de yogurt, apresentador de programa de culinária, etc) e, principalmente, um cara MUITO engraçado. Alguns amigos permeiam a sua vida em New York, mas os principais são: Arnold (I consider myself a feminist) e Denise (If you're born with a vagina, everybody knows that creepy dudes are just part of the deal). 



   No primeiro episódio da primeira temporada somos confrontados com alguns dilemas sobre nossas escolhas na vida, casar ou não, ter filhos ou não, como procuramos a felicidade nos dias atuais, etc. Mas, de forma geral, a situação da escolha do que fazer com a sua vida é muito retratada nesse piloto da série. Acho que "Master of None" consegue externar os anseios e angústias das pessoas de uma forma muito, at least, foda. Dev tem que cuidar de duas crianças durante todo o episódio, e ao passar de alguns acontecimentos durante o dia com elas, vemos a ideia principal que Dev tinha sobre ter filhos se desmoronar. Ele vê que na verdade não precisa daquilo pra ser feliz, e que não consegue ver sua vida daquele modo sete dias por semana, 365 dias por ano. E, no final do episódio, temos a cena mais engraçada EVER, eu fiquei rindo sozinho por um bom tempo (tudo bem que eu já tinha tomado um pouquinho de vinho). 

   O segundo episódio traz o conflito de gerações, pais e filhos, como as gerações anteriores tiveram uma vida mais dura que a nossa, e que todo o trabalho duro dos pais resultam na nossa satisfação de hoje. Dev e seu amigo Brian decidem levar os pais para jantar em um lugar fancy para darem mais atenção para seus pais. Só digo uma coisa: o pai do Dev é um dos personagens mais engraçados de toda a série. 

   Não quero comentar sobre todos os episódios, também porque acho que isso não é necessário, mas se tem uma coisa que MERECE uma menção é o episódio de número nove da primeira temporada (Mornings, S01EP09). Todo ele me lembrou muito daquele filme incrível e lindo "500 days of summer"; durante aproximadamente trinta minutos acompanhamos todas as manhãs em um período de um ano do Dev com a Rachel. Tudo é bonito, mas ao mesmo tempo (como no filme 500 days of summer) tudo é muito real, Dev e Rachel possuem um relacionamento retratado de forma orgânica. Esse é meu episódio favorito até agora, incrível mesmo. Engraçado e inteligente, como toda a série. 


   E óbvio: New York. 
   

3 comentários:

  1. Mano, essa série é fantástica. Sutil, ácida, sensível, acho mesmo a sua cara, até porque o episódio "mornings" parece ter escrito por você! hahahaha Vou maratonar a segunda temporada já! ;-)

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    1. Muito boa mesmo né cara, tô com vontade de ter até uma fronha de travesseiro dela.

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  2. hahaha me identifiquei muito com a bagunça da Rachel, acho que ninguém nunca vai morar comigo xP

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