"O gato preto" ou "The black cat", um conto de Edgar Allan Poe.

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  Esse foi o primeiro conto do Poe que eu li na minha vida, mesmo eu conhecendo muito pouco de sua obra, já sou um grande admirador do Edgar Allan Poe. Escrever o que esse cara escreveu no século XIX é, no mínimo, revolucionário. 

  Logo no início do conto temos a ideia de que o narrador está preso e, aparentemente, condenado à morte. Ele dialoga sobre você não ter que aceitar, ou acreditar, na história que ele irá apresentar. Fala que os eventos que irão ser descritos o torturaram, mudaram e  acabaram com sua vida. Temos a ideia de que o narrador está resignado com relação ao fato de quer irá ser morto. Começa então a narrar os acontecimentos. Como em muitos contos do Poe, o protagonista não possui nome, na verdade que eu me lembre, o único personagem com nome é dito cujo gato preto. 

  Quando criança, o homem era conhecido pelo seu temperamento dócil e amabilidade. Gostava muito de animais, e acreditava que apreciar a presença de um animal era uma das melhores coisas da vida, que deixava a vida mais bela. Ele relata que se casou cedo com uma mulher que compartilhava de sua afeição pelos animais. Tinham muitos animais na casa; um macaco, um cachorro, um peixe dourado, aves, um cachorro, coelhos e um gato. 

  Com o passar da narrativa, entendemos que o homem desenvolve um problema com álcool, e admite bater nos animais e até em sua esposa, com exceção do gato. Como mencionei antes, o gato é o único personagem com uma descrição de nome, ele se chama Pluto. Com o passar do tempo, e das garrafas de bebida, o homem descreve um raiva que começa a sentir por tudo. Uma noite, ao chegar a casa, pega Pluto pela garganta, e ao fazer isso, o gato morde sua mão. Tomado de raiva, o homem saca um canivete do seu bolso e corta o olho do gato, deixando apenas uma cavidade preta no local que antes estava o globo ocular. 

  Depois desse dia o gato nunca mais foi o mesmo. Ficava fugindo do homem, escondendo-se nos cantos da casa. Sem conseguir viver desse modo, culpando-se por tudo que fez e com um asco crescente pelo gato, o homem o enforca em uma árvore do lado de sua casa. Na mesma noite da morte de Pluto, o beberrão acorda com sua casa pegando fogo. Ele e sua mulher saem do recinto, e após todo o frenesi do acontecimento, notam algo estranho na estrutura do edifício, agora destruída. Uma única parede havia resistido às chamas, e nessa parede, incrustado em alto relevo, estava à figura de um gato com um nó no pescoço. 

  O casal se muda para outra casa. O hábito de beber continua com o protagonista, na verdade apenas piora. Sentado em um recinto qualquer, o homem nota uma forma se mexendo em cima de uns barris de bebida. Ao olhar bem, nota a estrutura do corpo de um animal preto, sim, de um gato. Ele nota a semelhança do gato preto que estava fitando com o Pluto que havia assassinado, com apenas um aspecto que diferenciava os dois felinos: uma mancha branca no peito. O gato o acompanha até sua casa, e lá fica com o casal. Seguindo os hábitos do falecido Pluto, o gato preto com a mancha branca segue nosso protagonista por todos os lugares, e apresenta certo fascínio pelo homem.

  Novamente tudo se repete. Tomado pela raiva, o bêbado leva o gato para o porão, e logo atrás está sua esposa. Pega um machado e tenta descê-lo em direção ao gato, mas é impedido pela mulher. Tomado de furor, o homem parte a cabeça da mulher com o machado, espalhando seus miolos pelo porão. Louco, bêbado e tomado de pânico, fica pensando no que poderia fazer com o corpo. Pensa em cortar em vários pedaços, mas chega à conclusão que iria abrir a parede, colocar o corpo dentro e fechar tudo novamente com tijolos. É exatamente isso que faz. 

  Com o passar dos dias, a polícia começa a procura pelo corpo desaparecido. Chegam a casa do viúvo e assassino, vão ao porão e começam uma inspeção. Quando parecia que não iriam achar nada ali, o homem começa a dialogar sobre como as paredes são sólidas e boas. Enquanto discursa, bate com uma bengala nas paredes, mas, sem notar, bate exatamente no local onde o corpo estava. No mesmo instante em que o eco da batida cessa, um grito infernal ecoa da cavidade. Os oficiais correm em direção à parede, a quebram e se deparam com uma das mais infernais visões de suas vidas: a mulher, com a cabeça rachada, e um gato preto pousado em cima de sua cabeça. E no peito do gato, a marca branca havia tomado à forma de uma forca. 


  Quando li esse conto fiquei muito chocado. Primeiramente porque senti a referência em muitas outras obras da atualidade, como por exemplo, o livro do Stephen King chamado "O cemitério". Fiquei pensando em como as pessoas reagiram a esse tipo de literatura na metade do século XIX. Realmente Poe foi revolucionário nesse caso, porque mesmo nos dias de hoje, eu fiquei com medo de sua obra mórbida. See ya. 





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