Precisamos conversar sobre "Hang the DJ", um ótimo episódio da quarta temporada de Black Mirror.




(Spoilers)

  Ainda não posso confirmar com total certeza que este é o melhor episódio da quarta temporada em minha opinião, porque ainda faltam três episódios para eu ficar órfão novamente de Black Mirror, but mates, esse episódio foi incrível. Acho que ele conseguiu destaque porque apresenta tudo o que eu mais admiro na série, uma miscelânea de tudo que me fez virar kind of addicted. Durante toda a trama ficamos com aquela sensação de algo errado, que algo daquela sociedade não é o que parece. Ao longo de todos os episódios, pelo menos no meu caso, fico comparando a nossa sociedade com a da estória em questão. O que Black Mirror consegue fazer bem é nos fazer sentir algo estranho, como se alguma coisa precisasse ser arrumada, reprogramada (angústica as fuck). Normalmente somos apresentados a uma situação comum, que provavelmente todos nós já passamos, seja um primeiro encontro, o uso de redes sociais, uso do tempo ocioso para divertimento, etc. Em "Hang the DJ", acompanhamos o dilema de encontrar a pessoa perfeita para o resto de nossas vidas, mesmo que para encontrar tal pessoa tenhamos que ser dominados como marionetes por um tipo de aplicativo de relacionamentos (hi there, Tinder). Aparentemente o aplicativo comanda tudo em sua vida amorosa: quanto tempo você vai ficar com a pessoa, o que vocês irão fazer no primeiro encontro e até força uma situação sexual todas as noites. Um casal se relaciona muito bem no primeiro encontro, possuem interesses em comum, acham ambos divertidos e realmente acham que aquilo pode dar certo. Mas, o aplicativo marca que eles devem ficar juntos apenas por doze horas. Independente de suas vontades devem seguir as regras impostas. Ambos entram em outros relacionamentos que duram um período de tempo razoável, ficam infelizes e questionam-se o porquê de não estarem juntos. Esse período que estão com outras pessoas é algo muito angustiante, ver casais que se repugnam tendo que viver um ano juntos simplesmente por ordem maior (vamos fingir isso não acontece em nossa sociedade) foi realmente um elemento de angústia muito "Black Mirror". 

   Depois de um ano e alguma coisa, o casalzinho lá do início volta. Para manter uma relação mais saudável ambos concordam em não checar quanto tempo juntos o aplicativo lhes concedeu, but, o carinha lá não consegue se conter e acaba checando mesmo assim. Ele descobre que tinham cinco anos juntos, mas como penalidade por olhar o tempo sem o consentimento da moça, o tempo é reduzido a algumas horas. Em meio a tudo isso, descobrimos de forma muito sutil que todas as pessoas que estão participando deste "experimento" estão dentro de um local murado, e que aparentemente não podem sair. Acompanhamos alguns diálogos do casal filosofando se tudo aquilo não era uma simulação, porque a garota havia notado um tipo de erro naquilo tudo. O erro em si era que sempre que ela jogava uma pedra no rio, a pedra em questão sempre quicava quatro vezes na água, nunca mais, nem menos (achei muito interessante esse detalhe). As horas do casal acabam, mas ambos em um momento "Romeu e Julieta" decidem que querem ficar juntos e que não irão seguir as regras do aplicativo. Mesmo com ordens para ficar com outras pessoas, o casal passa por um momento de revelação e notam que realmente estão em uma simulação, e que conseguem controlar o ambiente do modo que quiserem. Enquanto escalam a muralha, tudo começa a se desmaterializar. Em seguida, acabam parando em uma sala com centenas de "cópias" deles mesmos (998 para ser mais exato). Com a chegada dessa última "cópia" de casal, o número chega em 1000, e toda a simulação acaba. 

   Bom, agora no final do episódio encontramos a explicação para o título em si. "Hang the DJ" é uma parte da letra da música "Panic" do The Smiths, que está tocando em um pub ao final de tudo. Aquele mesmo casal da simulação está no pub, o carinha no bar e a moça com o celular na mão olhando para a foto do homem que está em sua frente. Com esse final conseguimos entender que a simulação não passava de uma inteligência do aplicativo, um método que conseguia encontrar o seu par perfeito através de 1000 tentativas. Se o casal, na simulação, tentasse 1000 vezes se rebelar contra o aplicativo, significava que a chance de ficarem juntos era de 100%. 


   Achei incrível esse episódio, Black Mirror mostrando que a quarta temporada possui algumas pérolas. Qual a opinião de vocês?


English tips #1 - acho que pode ajudar.

   Pensei em escrever alguns posts sobre hábitos que me ajudaram e ajudam com a língua inglesa.

   Provavelmente você acompanha algum canal no Youtube; resolvi recomendar alguns que eu mesmo acompanho e talvez vocês curtam.

   Sempre recomendo uma xícara de café ou chá para acompanhar todos os vídeos, no meu caso, opto pelo chá apenas quando acho que a dose de cafeína já foi exagerada por um dia.

   Confesso que um chocolatinho amargo às vezes também é um bom companheiro.

   Se você gosta de livros:
   https://www.youtube.com/user/ArielBissett
   https://www.youtube.com/user/jenvcampbell
   https://www.youtube.com/channel/UCA7sd9tta01J7QP3YntSdbQ
   https://www.youtube.com/user/booksandquills

   Se você gosta de um sotaque britânico: 
   https://www.youtube.com/watch?v=OLJ65tEGh1E
(Laura é a pessoa que despara mais palavras por segundo de todo o Youtube).
   https://www.youtube.com/user/meowitslucy
 
   Se você gosta de café: 
   https://www.youtube.com/channel/UCvT3R_ZzDkAB2NYDWWJVitw
(Ele é alemão na verdade, mas todas as lives e vídeos são em Inglês).

  Se você gosta de ilustração:
   https://www.youtube.com/channel/UCJNH25X9d9Nc7h3Rd7cm7bw
(Se não me engano, ela é chilena, mas também fala apenas em Inglês).

O que eu achei do primeiro episódio da quarta temporada de Black Mirror (sem grandes spoilers).

   Lembro-me de quando conheci Black Mirror, e da sensação de angústia e transtorno que transitava no meu peito. Cada episódio significava algo totalmente novo, um novo modo de confrontar a nossa posição em uma zona de conforto. Além de tudo isso, ainda temos que adicionar o efeito "ISSO É MUITO BLACK MIRROR", que acredito que todo fã da série já passou. Bom, não estava acompanhando nenhuma data de lançamento da quarta temporada, apenas sabia que ainda seria neste ano que se finda. Acredito que vocês conseguem imaginar minha surpresa ao acordar às seis da manhã hoje com uma notificação de que a quarta temporada estava disponível. Já comecei todos os preparativos para assistir a tudo pela tarde (o que não aconteceu, assisti apenas aos dois primeiros episódios). 

   Logo no início do primeiro episódio, "USS Callister", comecei a experienciar aquela "bagunça" de enredo de todo início de episódio da série, onde você ainda está tentando se situar em um novo universo, e esforçando-se para descobrir qual é o elemento "black mirror" da trama. Tudo começa em um clima "Star Trek", roupas bregas e estereótipos espaciais ao extremo. Uma tripulação sendo guiada pelo capitão bonitão e inteligente para alcançar a glória de finalizar uma missão whatever. Logo pensei que aquilo era uma simulação ou algo do gênero, um elemento que já havia sido utilizado em outros episódios da série, como o incrível "San Junipero" da terceira temporada. Bem, eu estava certo (fiquei decepcionado, realmente estava querendo ser surpreendido), aquilo era um jogo criado em um futuro que não me pareceu muito distante da nossa atualidade, "Infinity" era o nome da simulação em questão. O cara bonitão que estava comandando a missão nada mais era do que o programador e um dos donos da empresa que era responsável pela criação do jogo. Então somos inseridos no cotidiano desse programador, que leva uma vida dupla ao entrar na extensão criada do seu próprio jogo. Não vou revelar mais nada sobre a trama, porque acho que tudo (que em minha opinião nem é tanta coisa assim) pode ser estragado. Ao terminar o episódio, fiquei com uma cara de "nhé" e não sabia o que dizer sobre a uma hora que havia acabado de passar na frente da televisão. Fui ler algumas críticas e para o meu espanto, muitas pessoas estavam exaltando o episódio e dizendo o quanto acharam tudo aquilo incrível. Bom, não sei se vou ser o único, mas aqui vão alguns pensamentos e opiniões. O que eu mais espero de uma série como Black Mirror é ser surpreendido, e ficar com o sentimento de soco no estômago após processar tudo que acabou de acontecer. Infelizmente, nada disso aconteceu durante o primeiro episódio da quarta temporada. Como já mencionei, a trama não é nova, é muito parecida com "San Junipero", tornando tudo muito óbvio e sem muitas novidades. Entendi a intenção de inserir comédia no episódio, até acho que em alguns momentos funcionou, mas tem uma frase que realmente fiquei com vergonha do roteirista: "Stealing my pus**...". Para mim, infelizmente, não foi tudo o que eu estava esperando. Achei creepy em alguns momentos, mas nada comparado a outros episódios. 

   
 

Natal dos cookies.





  Esse natal pensei em um modo de presentear amigos e familiares de uma forma mais carinhosa e que realmente demonstrasse o quanto me importo com eles. Ao invés de simplesmente comprar alguma coisa, fiz uma lista de compras e cozinhei cookies com amendoim (queria comprar avelã, mas morar em cidade pequena não deixou eu achá-las no mercado) e chocolate amargo. No final, acho que atingi meu objetivo e ainda economizei bastante.

   PS: Esse natal foi muito atípico aqui no sul, fez um clima friozinho até. Saudades, porque agora está novamente um calor infernal.


Consumo consciente é algo que quero preservar nesse novo ano.

 



   Nesse último semestre de 2017 comecei a encarar o consumo de qualquer tipo de produto de uma forma diferente. Parei de comprar livros e comecei a usufruir dos milhares de livros de uma biblioteca, comecei a ver minhas roupas com outros olhos, parei de consumir carne e comecei a aproveitar tudo de uma forma diferente. Acho que pratiquei uma vida mais sustentável, na verdade, nesses dois últimos meses, mas vinha com planos para colocar em prática fazia um bom tempo. Acho que tudo começou com os livros (como muita coisa em minha vida). Um dia, olhei para minha prateleira cheia de livros e fiquei me perguntando o que faria com tudo aquilo quando tivesse que sair da casa dos meus pais, ou qual era o proveito que eu tirava de todas aquelas pilhas de papéis. Fiquei me perguntando se um livro não deveria ser algo viajante, que deve ser usufruído e passado à diante. Vendi uns livros, outros irei doar; me orgulho de poder ir na biblioteca e ter vários clássicos ao alcance das minhas mãos. Com a alimentação foi algo diferente. Parei de comer carne por vários motivos, mas o maior de todos é pelo simples fato de que não gosto de comer mesmo. Sustentabilidade foi o segundo maior; sem falar da sujeira das grandes corporações por aí (vamos cair na real guys, ninguém tá pouco se fodendo para o consumidor). Não sou vegano, e acho que nunca serei (amo consumir leite, queijo, iogurte, etc). Nos dias atuais não me vejo restrito a uma dieta vegana, mas totalmente admiro quem consegue. Meus planos com relação ao dinheiro também mudaram muito, e me orgulho em dizer que consigo ter certa educação financeira. Hoje guardo dinheiro para sonhos "maiores", e não para obter produtos que depois de um tempo provavelmente vou parar de usar. Se você tiver alguma opinião ou experiência, adoraria saber!



Leitura finalizada: "A doce vida em Paris"/ "The sweet life in Paris", escrito por David Lebovitz.




  O que eu mais gosto nestes livros de não ficção (sobre viagens, gastronomia, estilo de vida, etc) é o modo despretensioso e divertido que consigo lê-los. Conheci esse livro muito por acaso, talvez tenha sido meu amor pela cultura francesa que fez meus olhos caírem na capa do livro (mesmo eu lendo na versão digital), mas apenas posso afirmar que me diverti e muito com essa leitura. Li na versão original, mas já pesquisei e descobri que temos tradução aqui no Brasil. \o/

   David Lebovitz, autor e cozinheiro, é um cara muito engraçado e peculiar, digamos. Ele tem um blog falando sobre receitas e algumas excentricidades de Paris, também um canal que praticamente apresenta apenas vídeos de importantes locais gastronômicos da cidade (importantes na percepção dele). "The sweet life in Paris", ou "A doce vida em Paris" narra muitas experiências que o cozinheiro teve ao longo do tempo que morou na Cidade Luz, apresenta situações hilárias e peculiaridades da vida de um típico parisiense. O livro não trata apenas sobre o aspecto gastronômico da cidade, muito pelo contrário; eu diria que esse é um grande livro sobre comportamento humano e sobre a visão e adaptação de um estrangeiro em uma cultura totalmente diferente. No início de cada capítulo, vemos uma imagem sobre algum aspecto a ser discutido durante o livro (em minha opinião o livro poderia ter mais imagens, adoraria conhecer visualmente alguns aspectos de experiências narradas pelo autor). Ao final de cada capítulo, David traz uma receita que marcou sua vida na cidade (ainda quero cozinhar alguma receita daquelas).

   Pensei em escrever sobre algumas histórias interessantes e que mais me marcaram do livro; então vamos lá. Um dos primeiros contatos que temos com a visão do autor sobre o modo de agir dos parisienses é a descrição das primeiras semanas dele em seu novo apartamento. David precisava de uma pessoa para pintar apenas DOIS quartos em seu cubículo em Paris, e o homem contratado levou semanas para acabar o trabalho. Achei muito interessante como ele descreveu o modo que o parisiense encarou o trabalho, de um modo "calmo" e sem pretensão de acabar o serviço logo. O mesmo tipo de ideia temos quando David relata sobre a experiência de comprar queijo em uma fromagerie (local que vende fromage, ou seja, queijo). Ele conta que em Paris não é costume oferecer amostras para quem está pensando em comprar algum tipo de queijo, que a pessoa em questão deve confiar nos conhecimentos do fromager para adquirir o produto. Esse tipo de comportamento demonstra o amor que o parisiense tem por o que está vendendo/trabalhando, e que acredita mais na qualidade da venda do que na quantidade.

   O fato dos parisienses furarem fila é um dos comportamentos que mais irritaram o autor no início de sua estadia na cidade, e ele relata algumas dicas e fatos que conseguiu formar ao longo dos anos. David fala muito sobre como os parisienses agem, como por exemplo, o hábito que muitos vendedores têm de aparentar certa displicência em relação ao comprador (por exemplo, sair da loja para fumar enquanto você está procurando por alguma coisa). Política também é muito discutida em alguns tópicos, por exemplo, o fato de muitas greves acontecerem semanalmente em Paris, principalmente no arrondissement que David mora. Obviamente espere muitas dicas de gastronomia e lugares para conhecer em Paris; é praticamente impossível você não ter vontade de conhecer a cidade após ler este livro. Também espere querer provar muitos pratos e começar a ter o hábito de beber um pouco de vinho em cada refeição.

   Avaliei este livro com cinco estrelas, pois ele apresentou o que prometeu. Consegui me divertir, conhecer mais vocabulário em Inglês sobre algumas comidas que eu nem conhecia em Português, apreciar um bom jazz enquanto lia e apenas aumentar meu sonho de conhecer Paris.


 Adquira o livro na Amazon e ajude o blog. ;)
Português: http://amzn.to/2C9g6CD
Inglês: http://amzn.to/2C2R85g




Garoa, livros, lasanha vegetariana e jazz.

    De uns tempos para cá comecei a admirar uma boa tarde de domingo com a companhia de um livro e uma playlist de jazz tocando no fundo, nunca fui muito fã do estilo musical, mas ultimamente tô apreciando bastante.

   Hoje é véspera de natal e a minha cidade está com um clima muito diferente, digamos, dos outros natais. Morando no hemisfério sul, acredito que todos nós estamos acostumados com as temperaturas infernais que fazem durante o natal, mas hoje, por incrível que pareça, chegou a fazer friozinho por aqui. Agora só uma garoa lá fora, e logo no forno, uma lasanha de legumes. <3

   Estou lendo um livro sobre Paris e fico cada vez mais intrigado com as excentricidades dos parisienses. O livro é muito engraçado, inteligente e informativo, com umas pitadas de gastronomia (o escritor também é confeiteiro lá em Paris). Logo vou começar a ler algumas recomendações que vocês fizeram no último post.

   Feliz natal pra todos, e como está o clima na cidade de vocês? Tô amando e já estou com saudades do inverno.

Quer me recomendar algum livro?



Imagem relacionada

   Seu livro favorito, o que você estiver lendo, um clássico, etc (WHATEVER). Adoraria ler as recomendações de vocês.

O que eu achei da primeira temporada de DARK?

   
   Sempre tenho um grande receio em relação às séries originais da Netflix; na maioria das vezes não curto a produção industrial de séries e filmes que a empresa realiza. Mas, pela primeira vez, achei muito interessante e provocante a nova série alemã Dark; certamente um passo em uma direção diferente. Ocorreram muitos boatos falando que a série era simplesmente uma "Stranger Things" versão alemã, o que pode ser deduzido pelas inserções de elementos dos anos oitenta durante a trama, mas acho que a relação com ST acaba por aí. Seria muito ingênuo da minha parte não admitir que a produção de Dark embarcou no frenesi que Stranger Things produziu na cultura pop, afinal, toda produção visa dinheiro. Mas, a série possui originalidade, um roteiro quase singular e personagens cativantes. Se eu fosse comparar a trama com algum elemento da cultura pop, com toda certeza seria Donnie Darko. Logo nos primeiros minutos do primeiro episódio, no qual um diálogo está sendo lido, conseguimos entender mais ou menos sobre o que a série retrata, e foram nesses minutos que eu fiquei pensando: "Isso é MUITO Donnie Darko". E se você ainda não assistiu a Donnie Darko, não sei o que você está fazendo (aproveite as férias e assista). 

   Mas sobre o que fala a série então? Em suma posso dizer que a série se baseia em dois temas: universos paralelos e viagem no tempo. Esses dois temas não são nada originais na cultura do cinema, mas acredito que Dark conseguiu dar uma nova cara para tudo isso, um novo modo de abordar universos paralelos e como viagem no tempo influencia a vida presente, passada e futura. A série é muito inteligente na sutilidade dos detalhes da trama. Durante muitos momentos, conseguimos entender a complexidade de algumas coisas apenas escutando diálogos do fundo, como por exemplo, uma apresentação de teatro, ou uma aula de literatura do grupo da cidadezinha. A construção dos personagens, eu diria, é digna. Existem muitos papéis que nos são apresentados em apenas dez episódios, então acho normal alguns não serem tão bem explorados quanto outros, mas acredito que em todos os casos conseguimos entender a base da índole de cada um. O brilho de Dark está nas relações, e como tudo que está acontecendo na cidade de Winden é influenciado pelas viagens temporais. Não gostaria de falar muito sobre o enredo diretamente, porque acredito que a grande excentricidade da série está em descobrir tudo por si próprio.

   O que falar da opening? Achei linda demais; sempre ficava admirado quando começava um novo episódio e eu conseguia mais uma oportunidade de descobrir novos símbolos e sentidos. A fotografia também é muito interessante, bonita para falar a verdade. Cor, fotografia e trilha sonora realmente conseguem passar o clima dark da série. Acredito que a série peca sim em alguns detalhes, e com certeza o maior é querer gerar cada vez uma complexidade maior e maior. Donnie Darko também faz isso, mas na minha opinião, faz de um jeito fino e inteligente. Já Dark, em muitas ocasiões, acaba se perdendo em seu plot. 

   A Netflix já confirmou a segunda temporada, e com certeza vou acompanhar essa série alemã bacana novamente. 



   

"The pit and the pendulum"/ "O poço e o pêndulo", um conto de Edgar Allan Poe.

  Então, vamos conversar um pouco sobre o melhor conto do Poe que eu li até o dia de hoje. Esse conto é um pouco diferente dos outros que já li/resenhei aqui no blog, primeiramente pelo tamanho do mesmo, é um pouco maior que o restante. A narrativa é um pouco diferente, possui uma cadeia de eventos mais detalhada e maior; os eventos que ocorrem no conto possuem consequências próximas e futuras. Em suma a trama trata sobre a tortura praticada pela Inquisição espanhola sobre o protagonista da estória, o qual não sabemos o nome e nem o motivo específico pelo qual está sendo perseguido pela Inquisição.

  Com a descrição do início do conto conseguimos entender que nosso personagem principal se encontra em um estado sonolento, em um tipo de transe e que constantemente desmaia. Ele começa a descrever o local ao seu redor; homens com mantos até o chão que proferem sua sentença. Todo o início do conto possui uma escrita que transmite um frenezi de pensamentos.

  Agora, tudo começa a ficar realmente macabro quando nosso personagem, ao sair de um de seus constantes desmaios, acorda em um local completamente tomado por um breu. A grande sacada desse conto, na minha opinião, é o modo que Poe brinca com os sentidos do leitor. Neste caso, enquanto o homem acorda e se depara com um local completamente desconhecido (na verdade ele não faz a mínima ideia de onde está), o leitor, ao mesmo tempo, também se encontra em um estado de frenesi, medo e pânico. Nós descobrimos o que está ao redor do protagonista junto com ele, e essa é uma grande "sacada" do conto. Nos primeiros momentos após o homem acordar, eu podia jurar que ele estava enterrado, e fiquei a cada palavra mais receoso até descobrir se minha teoria era ou não correta.

  Então, minha teoria estava errada. Nosso protagonista se encontra em uma espécie de cela de uma masmora, mas ele ainda não consegue ver absolutamente nada. Contando seus passos ele consegue adquirir uma ideia do tamanho do recinto, mas mesmo assim tudo é estranho, tanto para o personagem quanto para o leitor. Em uma de suas tentativas de cruzar a sala, ele tropeça em algo e cai com o peito no chão (eu fiquei me colocando no lugar do homem durante toda a leitura, e isso apenas aumentou um aperto no peito que tive durante toda a narrativa. Não consigo imaginar o que faria se me encontrasse em um local que não consigo enxergar nem um palmo à minha frente. Acho que ficaria completamente louco). O homem, caído no chão da cela, nota algo muito estranho na sua queda repentina. Ele nota que sua face está um pouco inclinada, de modo que sua testa não está tocando o chão, mas seus lábios sim. O que leva nosso personagem a perceber que existe algo de estranho em sua frente. Começa a apalpar seus arredores e descobre que há um poço ali mesmo, e que apenas por um detalhe do destino ele não caiu em direção à morte.

  Quando os padres da Inquisão percebem que o plano não deu certo, colocam algo na comida do homem e o colocam novamente em um estado de sonolência/desmaio. Agora, meus caros, é que o conto fica realmente assustador.

  Quando o protagonista acorda, novamente Poe utiliza da sua maestria e brinca de modo cruel com os sentidos. Outra vez começamos a conhecer o local a nossa volta, e descobrimos que o protagonista encontra-se na mesma cela que antes, mas agora iluminada por feixes de luz. Descobrimos que a masmorra é menor do que imaginávamos. No chão, alguns ratos perambulam pelo local. O homem está atado por cordas a uma estrutura de madeira, e alguns metros acima está um grande pêndulo, um pêndulo com uma extremidade tão afiada quanto uma foice.

  Aos poucos esse pêndulo vai balançando e descendo, mas muito devagar, para o homem conseguir contemplar sua morte vindo ao seu encontro. Depois de muito debate psicológico, no qual o homem varia entre aceitar a morte e tentar a fuga, nosso protagonista consegue encontrar um modo de fugir dessa situação. Ao seu lado encontra-se um pedaço de carne, a maior parte comida pelos ratos. Com uma mão solta, ele consegue pegar o pequeno pedaço e raspar a gordura nas cordas que o prendiam. Atraídos pelo cheiro, os ratos começam subir no homem, saem do poço e preenchem inteiramente o corpo do mesmo. Com seus pequenos dentes afiados, os ratos conseguem romper a corda que estava atando nosso personagem.

  Algo que é muito interessante nesta parte da estória é o fato do homem não ficar aliviado pelo fato de ter escapado do pêndulo, porque ele sabia muito bem que a sua morte era inevitável. Ele sabia que os padres o observavam, e que se não morresse pelo pêndulo, morreria de qualquer outra forma. Enquanto fica pensando nisso, a cela muda de forma. As paredes se movimentam, formando um losângulo. O recinto começa a ficar cada vez menor, e o miserável homem consegue ver que seu destino final é o poço que se encontra no meio da cela. Quando chega o momento final, quando seus pés estão raspando na borda do foço, um general francês irrompe no recinto e acaba com o movimento das paredes, e consequentemente, impede a morte do protagonista.

Incrível. Por favor, leia esse conto!


 

 

 

Coisas que me orgulho de ter feito em 2017.



  Fiquei pensando ontem de madrugada que meu ano foi muito ruim, na minha percepção, então para melhorar meu mood e tentar ver as coisas pelo lado positivo, decidi listar algumas coisas que me orgulho de ter realizado nesse ano (silver linings sempre).
   Primeiramente me orgulho, e me alivio, de ter acabado o ensino médio e ter conseguido ao menos encontrar um norte do que quero fazer nesse ano de 2018. Decidir cursar Letras-Inglês foi uma das escolhas mais libertadoras desse ano, fiquei pensando muito no que eu me encaixaria e acho que encontrei no mínimo uma base. Ainda tenho muito receio sobre as minhas decisões futuras, mas prefiro deixar isso para o ano que vem. Ter feito minha matrícula na universidade foi o início e o final de um ciclo na minha vida, e acho que isso deu uma boa renovada no meu ânimo para o ano que vem.
   Orgulho-me de ter começado a lecionar Inglês, ainda em aulas particulares, e de ter encontrado pessoas que confiaram no meu conhecimento e potencial. Combinado com isso, tenho grande satisfação de ter conseguido fazer a tradução de alguns trabalhos de conclusão de curso de uns amigos da faculdade, e consequentemente guardado uma grana ao longo do ano. Espero que ano que vem mais oportunidades e novidades venham ao meu encontro.
   Fico feliz por todos os momentos que passei com meus amigos, mesmo aqueles dos quais não lembro muito bem (na verdade esses são os mais marcantes, se você me entende). Fico nostálgico ao pensar em todas as risadas e filosofias das três da manhã que fizemos juntos. Orgulho-me de ter pessoas as quais posso pedir ajuda sempre que precisar.
   O ano de 2017 também foi o ano que marquei no calendário o dia em que quero fazer um mochilão, e se tudo der certo, será no início de 2019. Esse foi um ano de começar muitas ideias e planejamentos.
   Também me orgulho de muitos livros que li, e pelo fato de 90% deles terem sido lidos em Inglês. Fico feliz em ter conhecido Edgar Allan Poe, Oscar Wilde, Dostoiévski, etc. Conheci muitos diretores novos e fiquei apaixonado por filmes que nunca havia escutado sobre. Nesse ano também fiquei mais apaixonado ainda pela beleza do cinema francês, e fiquei com um sorriso no rosto ao finalizar muitos deles.

   Espero que 2018 seja um ano foda para todos vocês.

Queria muito ter sido adolescente na década de noventa.



Leituras atuais.


"The complete tales and poems of Edgar Allan Poe"

  Ainda continuo na missão de ler todos os contos do Poe antes do início das minhas aulas; não sei já comentei com vocês, mas minha primeira cadeira estuda muito os poemas e obras de ficção do Poe. Já escrevi resenhas de três contos, todas você consegue encontrar aqui no blog.

"The golden compass"/ "A bússola de ouro"
Philip Pullman

 Essa é uma série de livros que quero ler faz muito tempo, acredito que desde 2012. Muitas pessoas comentam sobre o universo criado pelo Philip Pullman e sobre vários autores clássicos que influenciaram o universo do livro. Ainda estou no início da leitura, e fiquei muito intrigado com a primeira cena e todos os elementos de um novo mundo apresentados. Ao ler poucas páginas consegui sentir algo muito parecido com o feeling que tive ao ler Harry Potter pela primeira vez. Sei pouquíssimas coisas sobre a trama, mas vamos lá. Aparentemente existem vários universos paralelos, um deles é muito parecido com o mundo no qual vivemos hoje. As pessoas possuem um ser chamado "daemon" que as acompanha, um tipo de guardião/ajudante (desculpem fãs, mas eu li apenas vinte páginas), e quando você é jovem o daemon ainda não possui uma forma fixa. Aqui acaba meu conhecimento. Espero muito entrar de cabeça nesse livro, estou com saudades de viver em uma estória totalmente diferente do mundo em que vivo. Estou lendo em ebook, na versão original (as always).




"The tell tale heart"/"O coração delator", um conto de Edgar Allan Poe.

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  Talvez você se lembre daquele episódio dos Simpsons que apresentou o conto do Poe para muitas pessoas; no episódio uma nova amiga da Lisa construiu uma maquete para representar a cena final do conto "A tell tale heart". Enfim, apenas uma curiosidade, vamos para o conto em si. 

  Neste conto encontramos um narrador que está constantemente se explicando para o leitor; diz que não é louco, que está com total sanidade, possui sentidos aguçados e que por algum motivo inexplicável quer matar um homem que, aparentemente, mora na mesma casa que ele. Ele diz que não quer o seu dinheiro, que o mesmo nunca lhe causou algum mal, mas mesmo assim, possui uma vontade de matá-lo. O maior motivo dado é a visão insuportável do olho do homem em questão, descrito como um olho de abutre, com uma membrana o cobrindo. Com essa descrição consegui supor duas coisas, que podem ou não estar certas. Primeira: o homem a ser assassinado possui catarata. Segunda: ele é velho. 



  O narrador descreve o modo meticuloso com o qual tratou o ato de matar o velho. Uma semana antes do dia em questão, exatamente à meia noite, adentrava o quarto mais devagar que o ponteiro dos minutos de um relógio e observava o homem. Durante toda a semana fez isso pela noite, e durante o dia, tratava-o com a maior delicadeza e simpatia. 

  No dia do assassinato, o homem adentra o recinto com todo o cuidado, mas não o suficiente para não acordar o velho. Com medo do que pode acontecer, pois o mesmo não conseguia enxergar quem estava em seu quarto, seu coração começa a bater de uma forma forte e acelerada. O narrador o joga no chão e o mata ali no quarto mesmo. Para esconder o corpo, esquarteja o velho e esconde as partes do corpo embaixo das tábuas do chão (sim, muito sinistro mesmo, Poe consegue me chocar cada vez mais). 

 O final do conto fez eu me lembrar de "The black cat", outro conto do autor. A polícia chega a casa, e o assassino com toda a calma do mundo, convida os policias a entrarem e revistarem todo o local. Os oficias afirmam que estão ali devido à denúncia de vizinhos que ouviram o berro do velho na noite passada. Quando entram no quarto, aquele mesmo no qual os pedaços do corpo do velho estão depositados, o louco que não se diz louco despõe algumas cadeiras e pede para os policiais sentarem. Enquanto conversam um som cada vez mais retumbante começa a enfurecer o homem, certo tique-taque. O som em questão é o bater do coração do velho, sim, o coração que está embaixo das cadeiras, embaixo das tábuas do chão do quarto. Sem suportar a situação, o homem levanta e revela o crime que havia cometido. 

  Muitos acreditam que esse conto retrata o sentimento de culpa, mas eu admito que ainda não tenho nenhuma ideia final com relação ao seu significado. Sempre acredito que podemos ler os contos do Poe de dois modos, o modo literal e o simbólico. Ambos sinistros.
  

Leitura finalizada: Fangirl, de Rainbow Rowell.


  Esse livro era maior do que eu imaginava, pensei que levaria menos tempo para acabá-lo (se não fossem as partes cansativas da fanfic da Cath talvez tivesse terminado antes). Acho que posso dizer que a Rainbow Rowell é uma das minhas escritoras da YA preferidas, gosto do estilo de escrita dela e do modo que as personagens são vivas ao ponto de nos importarmos até com as mais secundárias. Como falei em alguma outra postagem, gosto de ler de tudo, não tenho nenhum tipo de preconceito literário, e na minha opinião, o fato de você estar lendo já é um grande marco; se você está se sentindo bem ao ler, continue. Obviamente não comparo esse tipo de literatura com, por exemplo, Poe. Mas adoro chegar em casa, esquecer das coisas e ler algo que me deixa leve. Guilty pleasure? Talvez. Li em ebook, no original; altamente o recomendo para quem estiver pensando em começar a ler em Inglês. 

  
Trama

  Fangirl retrata uma fase da vida que estou vivendo agora, ano de calouro na universidade, pessoas novas e experiências muito diferentes das habituais, mas no estado de Nebraska. Cath e Wren são irmãs gêmeas (achei muito engraçado o fato de a mãe delas não saber que teria gêmeas, então separou o nome Catherine. Cath+Wren), e possuem um tipo de amizade e conexão muito forte. Um dos fatores que unia as irmãs eram os livros do Simon Snow, um universo muito parecido/baseado no de Harry Potter. Ao longo do livro conseguimos entender que a hype em cima dessa série de livros é muito parecida com a que Harry potter ainda possui. Cath e Wren se fantasiavam, iam na estreia dos filmes, preenchiam as paredes com fotos e, o que demonstrava o mais superlativo fascínio pelos livros, Cath escrevia uma fanfic na internet sobre um universo paralelo da série. Carry On, Simon era o nome da fanfic, na qual o protagonista tem um romance homossexual com o seu maior inimigo na escola de magia (algo meio que Harry Potter e Draco Malfoy). Pelo que sei a Rainbow Rowell publicou um livro chamado Carry On, apenas retratando sobre o universo da fanfic da Cath. Aparentemente a garota é muito conhecida nesse universo, milhares de pessoas aguardam fervorosamente as publicações dos capítulos da fanfic. Ao chegar à universidade, Cath começa a enfrentar alguns problemas sociais e acadêmicos. Ela estuda Inglês, ou escrita criativa, algo do gênero. Somos apresentados à professora Piper, uma personagem que eu gostaria muito que tivesse sido mais desenvolvida, ela meio que toma o lugar de guia da Cath em relação à escrita e até mesmo vida pessoal. Reagan é a roommate da Cath, e eu sempre a imaginei com um estilo punk, mesmo não existindo nenhuma descrição dela desse modo. Levi é um cara que trabalha no Starbucks, possui uma obsessão por mexer no cabelo, é o personagem mais carismático de todo o universo e sempre está no quarto da Cath e da Reagan. 

Opinião (sem spoilers)

  O livro possui uma escrita muito fácil, altamente recomendo para quem quer começar a ler em Inglês. Leitura fácil não significa que o livro é mal escrito, longe disso, na minha opinião o livro é muito bem construído, tirando alguns detalhes que me incomodoram. Em determinadas partes do livro, existem fragmentos da fanfic que a Cath estava escrevendo, e na minha visão, os mesmo poderiam ser retirados do livro sem haver perda de conteúdo nenhum. Alguns elementos de romance me soaram "bobinhos" demais, parecia que estávamos na cabeça de uma menina de doze anos de idade. Um ponto forte do livro é a caracterização e construção das personagens. Com exceção da mãe da Cath, acredito que o livro conseguiu construir uma visão muito clara de todas as relações que existiram ao longo do enredo. A opinião da Rainbow Rowell pode ser notada ao longo da leitura, mesmo que de forma muito sútil, ao longo de diálogos ou descrições detalhadas; gostei desse detalhe. Consegui me sentir abraçado em várias partes da leitura, acho que esse é o grande ponto forte de YAs contemporâneos; acredito que a obra conseguiu retratar realidades diferentes das usuais. 

Opinião (com spoilers)

  Bem, nem sei se consigo dar algum spoiler desse livro, acredito que a trama não é construída de forma a chocar, gerar perplexidade. Mas vou citar alguns tópicos que podemos discutir nos comentários. Primeiramente, não entendi o motivo de inserir a mãe das gêmeas na trama se ela proferiu duas palavras e meia e foi embora. Acho que deveria ter tido algum final mais digno para esse plot. Nessa mesma linha, acredito que uma explicação mais elaborada poderia ter sido apresentada para o fato de uma mãe abandonar duas crianças, sumir e simplesmente dizer que não estava pronta para essa vida. WTF? Eu gostei da personagem da Cath, mas acho que o exagero de estereótipos estragou as coisas um pouco. Retratar o plágio foi algo muito interessante, e isso pareceu muito ter sido uma experiência pessoal da R. Rowell. O final foi digno, nada muito elaborado, mas fechou bem a trama. 


Adquira o livro na Amazon e ajude o blog ;)

mate/buddy da leitura 





Primeiro episódio de Dark, Donnie Darko feelings?


  Mesmo eu não querendo mais assistir a nenhuma série ou produção da Netflix (digamos que ocorreram muitas decepções e controvérsias); ontem pela madrugada deixei meu asco de lado e fui ver qual era dessa série alemã que só não foi mais anunciada que a segunda temporada de Stranger Things. Primeiramente, fotografia bonita, bonita mesmo. Palmas pro diretor de fotografia (clap clap clap). Segundo, mais palmas pro design da opening (clap clap clap clap. Essa mereceu um "clap" a mais). No quesito personagens ainda não consigo opinar muito, vejo certos clichês, mas afinal temos o selo Netflix então... Um dos meus maiores medos é que a série tente entrar na onda de Stranger Things (que rendeu montanhas exorbitantes de dinheiro) e inserir alguns elementos característicos da série; se você assistiu ao primeiro episódio você sabe do que estou falando. Alguém mais aí sentiu um clima Donnie Darko, ainda mais com todo o papo de fluxo temporal e vida no início do episódio? Enfim, vou dar mais uma chance pra Netflix, depois escrevo uma opinião mais baseada em fatos do que "achismos". 

"The cask of Amontillado"/ "O barril de Amontillado", um conto de Edgar Allan Poe.







 "O barril de Amontillado" consegue demonstrar em poucas páginas toda a maestria do Poe, a peculiaridade dos detalhes, a capacidade de mudar um personagem apenas com um frase proferida. Neste conto, encontramos o cenário perfeito para uma estória de terror: o carnaval de Veneza. Máscaras, vinho, bêbados e morte.

  Amontillado é um tipo de vinho produzido pela fermentação de determinada uva, considerado no conto um vinho muito caro e nobre (não sei se esse vinho pode ser considerado caro nos dias atuais). Montresor, nosso protagonista, aparentemente francês devido ao uso de expressões da língua ao longo da narrativa, estabelece seu objetivo logo no primeiro parágrafo. Ele fala que sofreu insultos de um certo Fortunato, e que agora iria esperar por uma vingança que viria em longo prazo.

  Montresor chama Fortunato, que está com os trajes apropriados para o carnaval de Veneza, com máscara e tudo, e relata que havia comprado uma pipa de Amontillado. O homem fica embasbacado, e até duvida que isso fosse possível, até sentimos um quê de deboche na fala de Fortunato. Montresor então diz que chamou outro conhecido em comum para verificar a autenticidade da pipa de vinho, justificando que não havia chamado Fortunato pois o mesmo tinha compromissos. Fortunato fica louco de orgulho e furor e diz que irá ele mesmo verificar o vinho, que esse conhecido em comum não conseguiria diferenciar o Amontillado de qualquer vinho barato.

  Com tochas em punho, os dois descem para uma suposta adega de Montresor, mas que ao longo do caminho revela-se como algo muito mais sinistro do que apenas um porão com vinhos. Paredes de ossos começam a surgir e um verdadeiro cenário de catacumba forma-se ao redor dos dois homens. Fortunato não desconfia que Montresor busca vingança em nenhum momento, mesmo quando Montresor profere a seguinte frase: "Nemo me impune lacessit". Essa frase, do latim, significa: "Ninguém me fere impunemente". Devido à ignorância de Fortunato em relação à língua latina, ele não faz ideia do destino que o espera ao final da catacumba.

  Chegando a algumas cavidades, Montresor afirma que a pipa está ao fundo de uma das aberturas, e pede para Fornutado entrar em sua frente. Quando Fortunato entra, na total escuridão e sem conseguir enxergar o fim da concavidade, depara-se logo com uma parede de pedra. Em apenas alguns instantes, Montresor o acorrenta a dois ganchos que estavam na parede. Com uma espátula e alguns tijolos que estavam escondidos atrás de uma pilha de ossos, Montresor começa a erguer uma parede com o objetivo de fechar a abertura da cavidade, e trancafiar Fortunato vivo.


 see ya.

A melhor e mais prática forma de beber café nesse calor from hell do verão.


  Meu primeiro contato com café gelado foi em um ótimo café italiano aqui da minha cidade, o mesmo da foto que fica no plano de fundo desse blog. Pedi um cappuccino freddo e ainda hoje é uma das minhas bebidas geladas preferidas. Obviamente essa foto que você vê ali em cima, nada mais é do que uma tentativa muito falha, caseira, simples e do povo (hahaha). Afinal, o freddo que eu  mencionei é totalmente diferente; digamos que essa é uma receita destinada àqueles que não são totalmente puritanos com seu café, e que apenas querem ter uma dose diária de cafeína sem sofrer com as altas temperaturas desse verão. O que difere é na verdade a qualidade do café; o freddo normalmente é feito com um espresso, um café mais forte e de qualidade maior. Esses cubos na foto são apenas de um café passado normal. Agora vou passar a fórmula do sucesso, afinal existem muitos outros viciados como eu por aí, não é mesmo?
  Forma de gelo com café passado (eu prefiro o extraforte, passe com pouca água para o café ficar bem concentrado e amargo). Bote no congelador. Copo de leite gelado (animal ou vegetal, fica da sua escolha). Quando o café estiver sólido, coloque no copo com leite, pegue um livro ou chame uma pessoa para bater um bom papo; e pronto, italian feelings at home. 


Leituras atuais - Início de dezembro.

  Primeiramente queria pedir pra você ser meu amigo no goodreads, afinal uma rede social precisa ser social, certo? Meu Goodreads.



Fangirl
Rainbow Rowell

Estou lendo um livro que se encaixa no meu maior guilty pleasure, um livro YA bem bobinho mesmo, e sim, eu adoro e vou continuar lendo. Não trato como alta literatura nem nada, apenas como entretenimento e me divirto muito. Estou lendo Fangirl, da Rainbow Rowell, uma escritora que me agrada muito. Na verdade apenas li Eleanor & Park e metade do Fangirl, mas gosto bastante do estilo de escrita da autora e dos princípos que, aparentemente, ela possui. Fangirl é aquele livro que te abraça, que te deixa mais calmo depois de um dia de trabalho ou estudo. Estou lendo em ebook na versão original em Inglês, então não posso opinar sobre a tradução/revisão da versão brasileira. Estou gostando do livro, but acho as partes que descrevem a fanfic da Cath um porre gigantesco. Levi é um cara cool (na verdade não tão cool assim), e ele trabalha no Starbucks (mesmo eu não gostando da ideia dessas redes de cafés seria bem legal ter um amigo trabalhando lá). Não sei por que, mas quando a Reagan entra no quarto eu sempre penso em uma garota punk com coturnos pretos. Depois de finalizar a leitura posso escrever uma opinião mais completa. Estou na metade do livro, página 240.



The complete tales and poem of Edgar Allan Poe

Resultado de imagem para the cask of amontillado  Além disso, também estou lendo alguns contos do Poe, com calma, sem pressa, lendo atentamente e mais de uma vez cada conto. Estou fascinado pela morbidez do autor, e pela put* inteligência e perspicácia do mesmo. Hoje pela manhã acabei de ler "The cask of Amontillado", "O barril de Amontillado" e ainda estou processando tudo (na verdade estou esperando uns dez minutos para ler novamente porque eu sempre percebo coisas novas em uma releitura). Amontillado é um tipo de vinho, pra quem esteja se perguntando. Estou lendo naquela minha edição perfeita em Inglês que mencionei em algum post passado, e sempre fico pensando no trabalhão que deve ser traduzir um conto daqueles. 

"A  tale of two cities" ou "Um conto de duas cidades" 
Charles Dickens

  Esta leitura é muito mais um projeto do que algo por puro prazer. Queria ler um livro do Dickens antes da faculdade, mas a leitura em Inglês requer um pouco mais da minha atenção e afinco do que o início das férias me permite (esse último semestre me matou). Então acredito que vou retomar a leitura quando tudo estiver mais calmo e eu conseguir processar um Dickens de forma mais agradável. 

"O gato preto" ou "The black cat", um conto de Edgar Allan Poe.

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  Esse foi o primeiro conto do Poe que eu li na minha vida, mesmo eu conhecendo muito pouco de sua obra, já sou um grande admirador do Edgar Allan Poe. Escrever o que esse cara escreveu no século XIX é, no mínimo, revolucionário. 

  Logo no início do conto temos a ideia de que o narrador está preso e, aparentemente, condenado à morte. Ele dialoga sobre você não ter que aceitar, ou acreditar, na história que ele irá apresentar. Fala que os eventos que irão ser descritos o torturaram, mudaram e  acabaram com sua vida. Temos a ideia de que o narrador está resignado com relação ao fato de quer irá ser morto. Começa então a narrar os acontecimentos. Como em muitos contos do Poe, o protagonista não possui nome, na verdade que eu me lembre, o único personagem com nome é dito cujo gato preto. 

  Quando criança, o homem era conhecido pelo seu temperamento dócil e amabilidade. Gostava muito de animais, e acreditava que apreciar a presença de um animal era uma das melhores coisas da vida, que deixava a vida mais bela. Ele relata que se casou cedo com uma mulher que compartilhava de sua afeição pelos animais. Tinham muitos animais na casa; um macaco, um cachorro, um peixe dourado, aves, um cachorro, coelhos e um gato. 

  Com o passar da narrativa, entendemos que o homem desenvolve um problema com álcool, e admite bater nos animais e até em sua esposa, com exceção do gato. Como mencionei antes, o gato é o único personagem com uma descrição de nome, ele se chama Pluto. Com o passar do tempo, e das garrafas de bebida, o homem descreve um raiva que começa a sentir por tudo. Uma noite, ao chegar a casa, pega Pluto pela garganta, e ao fazer isso, o gato morde sua mão. Tomado de raiva, o homem saca um canivete do seu bolso e corta o olho do gato, deixando apenas uma cavidade preta no local que antes estava o globo ocular. 

  Depois desse dia o gato nunca mais foi o mesmo. Ficava fugindo do homem, escondendo-se nos cantos da casa. Sem conseguir viver desse modo, culpando-se por tudo que fez e com um asco crescente pelo gato, o homem o enforca em uma árvore do lado de sua casa. Na mesma noite da morte de Pluto, o beberrão acorda com sua casa pegando fogo. Ele e sua mulher saem do recinto, e após todo o frenesi do acontecimento, notam algo estranho na estrutura do edifício, agora destruída. Uma única parede havia resistido às chamas, e nessa parede, incrustado em alto relevo, estava à figura de um gato com um nó no pescoço. 

  O casal se muda para outra casa. O hábito de beber continua com o protagonista, na verdade apenas piora. Sentado em um recinto qualquer, o homem nota uma forma se mexendo em cima de uns barris de bebida. Ao olhar bem, nota a estrutura do corpo de um animal preto, sim, de um gato. Ele nota a semelhança do gato preto que estava fitando com o Pluto que havia assassinado, com apenas um aspecto que diferenciava os dois felinos: uma mancha branca no peito. O gato o acompanha até sua casa, e lá fica com o casal. Seguindo os hábitos do falecido Pluto, o gato preto com a mancha branca segue nosso protagonista por todos os lugares, e apresenta certo fascínio pelo homem.

  Novamente tudo se repete. Tomado pela raiva, o bêbado leva o gato para o porão, e logo atrás está sua esposa. Pega um machado e tenta descê-lo em direção ao gato, mas é impedido pela mulher. Tomado de furor, o homem parte a cabeça da mulher com o machado, espalhando seus miolos pelo porão. Louco, bêbado e tomado de pânico, fica pensando no que poderia fazer com o corpo. Pensa em cortar em vários pedaços, mas chega à conclusão que iria abrir a parede, colocar o corpo dentro e fechar tudo novamente com tijolos. É exatamente isso que faz. 

  Com o passar dos dias, a polícia começa a procura pelo corpo desaparecido. Chegam a casa do viúvo e assassino, vão ao porão e começam uma inspeção. Quando parecia que não iriam achar nada ali, o homem começa a dialogar sobre como as paredes são sólidas e boas. Enquanto discursa, bate com uma bengala nas paredes, mas, sem notar, bate exatamente no local onde o corpo estava. No mesmo instante em que o eco da batida cessa, um grito infernal ecoa da cavidade. Os oficiais correm em direção à parede, a quebram e se deparam com uma das mais infernais visões de suas vidas: a mulher, com a cabeça rachada, e um gato preto pousado em cima de sua cabeça. E no peito do gato, a marca branca havia tomado à forma de uma forca. 


  Quando li esse conto fiquei muito chocado. Primeiramente porque senti a referência em muitas outras obras da atualidade, como por exemplo, o livro do Stephen King chamado "O cemitério". Fiquei pensando em como as pessoas reagiram a esse tipo de literatura na metade do século XIX. Realmente Poe foi revolucionário nesse caso, porque mesmo nos dias de hoje, eu fiquei com medo de sua obra mórbida. See ya. 





valores, ebooks, livros e café.


A necessidade que temos de aderir valores e sentimentos a objetos materiais é algo que está me intrigando muito ultimamente. Fiquei pensando nisso nos últimos dias porque estou vendendo/doando/jogando em um portal pra outra dimensão os livros que tenho aqui em casa, principalmente porque não tenho espaço, mas também porque muitas das minhas ideias mudaram. Um tempo atrás eu queria possuir livros, mas hoje tenho uma visão muito diferente sobre isso; estou tratando um livro como algo passageiro, que deve ser aproveitado e passado para frente. Leio, me emociono, aproveito as personagens e a trama e faço a história atingir outra pessoa. Esses fatores estão fazendo eu finalmente querer comprar um ereader, e deixar o livro físico apenas para bibliotecas (as quais eu frequento bastante). A foto do café ali em cima é apenas um exemplo dos valores que aderimos às coisas. Fico pensando no papel de tomar um café na minha vida, e cheguei à conclusão que em todos os momentos de estudo/leitura/planejamento eu estou com uma xícara de café (mesmo que seja no calor insuportável que está fazendo aqui no Sul). Além de tudo isso, eu costumava gastar muito com livros. Faz mais ou menos seis meses que estou guardando uma grana pra fazer um intercâmbio, acredito que isso tenha influenciado minha decisão, afinal ebooks são bem mais "em conta" se comparados com livros físicos. Sem mencionar a praticidade de ler em Inglês e de ler em qualquer lugar. Prevejo que essas férias serão intermináveis (sou muito mais team férias de inverno, por motivos óbvios), mas pelo menos vou conseguir ler muito mais e riscar todos os filmes da lista de recomendados. See ya.

Começando a ler Edgar Allan Poe.


Faz uns dois anos que comprei essa edição incrível da Barnes & Nobles de todas as poesias e contos do Poe em Inglês. Na época eu não tinha o nível de Inglês necessário pra ler os contos, e muito menos pra tirar alguma mensagem dos poemas. Hoje, peguei essa coisa maravilhosa e estou lendo os contos desse autor que estou criando um fascínio. Já li "The black cat" e "The oval portrait". Quero muito me aprofundar nas obras do Poe. Por agora, é isso. See ya.

Dois filmes que deixam um sorriso no rosto (La vie d'adèle e Frances Ha).

 Eu gosto de filmes que falem muito com o pouco, com o ordinário, o comum. Gosto de sentir que as personagens poderiam ser meus amigos, ou até mesmo uma representação minha em outra época, país ou idade. Gosto de sentir uma representação de ideias, vontades, sonhos. Gosto de sentir que a personagem do filme tem as mesmas ideias que eu, e que realiza muitas coisas que sonho em fazer. Por fim, gosto de sentir que a personagem nada mais é do que humana, paga contas, briga com amigos, muda de humor, procura emprego, fica bêbada com os amigos mesmo não querendo beber, se arrepende, chora, vive. Levando isso em conta, separei dois filmes (um deles acabei hoje de manhã) que me trazem uma felicidade no coração, que me inspiram e transmitem todos esses sentimentos e emoções que citei.


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La vie d'adèle (blue is the warmest color):

Esse filme é mais conhecido pelo título em Inglês que recebeu, que para o Português recebeu a mesma tradução: "blue is the warmest color" ("azul é a cor mais quente"). Em Francês o título faz muito mais sentido, e não entendi o motivo do mesmo ser traduzido dessa forma. Em Francês, "La vie d'adèle" significa "A vida de Adèle", e na minha opinião representa muito melhor a essência do filme. Nesse filme francês de 2013 acompanhamos a vida de Adèle desde o final do ensino médio até o início da vida "adulta". É um filme longo, mais ou menos 3 horas de duração, e aparentemente vai haver uma parte dois. Descobrimento da vida sexual, desigualdade social, estudo, trabalho, relação familiar, sonhos, arte, tudo isso pode ser encontrado nesse filme. Obviamente você pode contar com uma linda fotografia, atuação impecável e tonalidades de cores incríveis. 


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Frances Ha: 

Outro filme incrível, esse acabei de assistir não faz nem uma hora. Agora um filme americano, totalmente em preto e branco (o que apenas melhora o clima do filme) e com uma história tão leve, simples e bonita. Tudo se passa em Nova York, na verdade um dos maiores objetivos do filme é transmitir o sentimento de viver nessa cidade (pelo menos foi o feeling que eu senti). Frances vive com sua melhor amiga em um apartamento no Brooklyn, trabalha em um estúdio de dança, mas não se considera uma dançarina, gosta de beber, critica sua amiga por não ler, diz que não é desorganizada e procura um modo de pagar o aluguel. A beleza do filme está em não saber muito mais do que isso, então acho que minha recomendação vai acabar por aqui.



Leitura finalizada: "O apanhador no campo de centeio" ou "The catcher in the rye", de J.D. Salinger.




Essa na verdade foi uma releitura de um livro que li logo quando estava começando a ler em Inglês, um fator que teve grande influência na minha compreensão do livro. Muitos se perguntam o porquê desse livro ser considerado um clássico da literatura norte americana; bom, vou tentar dar meu ponto de vista após ter lido a obra e algumas reviews no goodreads. 

O enredo não tem nada de incrível ou surpreendente, um dos fatores que torna o livro chato e maçante para muitos; não é uma leitura que prende o leitor, que gera aquela angústia para sabermos o que vai acontecer no próximo capítulo. Muitos personagens não possuem um motivo específico para estarem na trama, apenas estão porque deveriam estar. Falando de trama, ela relata acontecimentos banais, com um personagem que por muitos é considerado insuportável e sem grandes emoções. 

Holden Caulfield é um garoto de dezesseis anos que está sendo expulso/reprovado de uma escola interna que frequenta, e ao analisar sua situação e as coisas que estão ao seu redor, decide ir para Nova York e passar quatro dias na cidade antes de ir para a casa de seus pais. Ele passa por muitas situações que nos mostram a índole de Holden, as coisas que gosta (poucas) e as coisas que odeia (muitas).

Uma das palavras mais usadas pelo protagonista é "phony", ou seja, "falso". Na visão dele, a maioria das pessoas que o cercam são falsas, suas ações são falsas, e por fim, suas vidas são falsas. No início do livro consegui entender alguns argumentos do narrador, mas ao longo da trama, admito que comecei a passar raiva com o exagero de críticas. 

Muito do comportamento do Holden pode ser analisado através da sua situação familiar. Quando jovem, perdeu um irmão; seu outro irmão D.B. está trabalhando em Hollywood (algo que odeia, e ele acredita que seu irmão também), ele não consegue ver sua irmã Phoebe do modo que gostaria, e por fim, seus pais aparentam ser muito displicentes.

Muitos consideram esse livro um clássico devido ao período que foi escrito, e não tanto pela trama e pelos personagens. O livro foi publicado após a II Guerra Mundial, um período que as pessoas não tinham grandes complicações e levavam uma vida pacata, correta e baseada em padrões. O livro veio como uma afronta; Holden é um garoto que xinga muito, não segue os conceitos da sociedade e está sempre criticando o modo como as pessoas vivem. 

Ao avaliar o livro pelo ponto de vista que apresentei, gostei bastante. Acho que fazer uma crítica à sociedade que era formada naquela época, com o pai que gera dinheiro para casa, com a mãe que é dona de casa e com os filhos que precisam seguir os valores da alta sociedade, é um ponto válido. Se possível leia o livro no original, muitas gírias e diálogos são praticamente intraduzíveis. 

Sobre o dia que cheguei em casa após fazer minha matrícula na universidade.


Fiquei pensando em não escrever nada nesse blog hoje, mas acho que vou querer recordar esse dia por algum tempo. Finalmente fiz minha matrícula no curso de Letras-Inglês; estou realmente ansioso pra começar todas as cadeiras e descobrir esse mundo que já amo. Para vocês que ainda não me conhecem, vivo e respiro livros e a língua inglesa, e poder começar a estudar algo que amo não tem preço. Ansioso pra começar os jobs de tradução já na faculdade e discutir muita literatura. Essa foto é de quando cheguei em casa, após passar três horas na universidade, e decidi fazer um café antes de começar a fazer minhas coisas. Não vejo a hora de acabar tudo que tenho que fazer e ler antes de dormir (a propósito, estou relendo "The catcher in the rye", do Salinger). O que vai acontecer nesse primeiro ano de faculdade ainda é uma incógnita.

Rory em Yale e eu começando meu curso de Letras (falando um pouco sobre como comecei a gostar de Gilmore Girls).

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SPOILERS ATÉ A QUARTA TEMPORADA

    Primeiramente, acho que o motivo principal de eu estar começando a gostar de Gilmore Girls (sim, estou vendo só agora, em pleno ano de 2017; estou no final da quarta temporada, so... no spoilers, please) é o mesmo que me fez amar Friends; aquele sentimento da década de noventa e anos dois mil, um mundo ainda não minado pelas redes sociais onde uma simples conversa em um café faz todo o sentido e graça. Friends e Gilmore Girls são séries bem parecidas nesse quesito. Lembro de ouvir um podcast com o David Schwimmer (Ross de Friends) onde ele comentava sobre o fato de que Friends não funcionaria nos dias de hoje, afinal, um grupo de amigos nunca se reuniria em um café e manteria uma conversa sem checar o celular (sad but true). Falei sobre Friends porque senti muito o mesmo feeling ao assistir Gilmore Girls. Tudo acontece em Stars Hollow, uma cidade pacata onde os personagens participam das situações mais cotidianas possíveis, mas desenvolvidas com uma maestria excepcional no quesito entretenimento. Já pensou em o quão difícil é produzir uma série, na qual todos os dias a Lorelai passa no Luke's para sua dose diária de cafeína, sem deixar isso chato e maçante. Adoro os episódios que se passam no outono, obviamente pelo fato de que adoro essa estação, mas acho que a série consegue deixar tudo com um toque especial e único. Os diálogos entre a Rory e a Lorelai sempre são incríveis, por mais fútil que seja o assunto. As personagens laterais também são incríveis (tirando a Mrs. Kim, tenho um ódio muito grande por aquela mulher, hahaha), conseguem formar uma personalidade muito forte (mesmo com personagens como o Kirk, que possuem apenas algumas participações nos episódios). Luke e Jess sempre serão meus preferidos, mesmo eu ainda não sabendo como vai ser o desfecho da série (pra quem já assistiu tudo, estou no momento em que o Jess diz que ama a Rory e simplesente some de Stars Hollow novamente). Vou continuar escrevendo sobre séries por aqui, so... see ya. 

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mood

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Leitura finalizada: The railway children (Os meninos e o trem de ferro), por Edith Nesbit.


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      Ontem eu acabei um livro infantil, escrito no início do século XX (antes mesmo da Grande Guerra) e que me fez sentir um calor no coração durante toda a leitura. Edith Nesbit, esse é o nome da autora; uma mulher que, segundo minhas breves pesquisas, parece ser estupidamente incrível. Queria atentar para o ponto de que li o livro no original (E. Nesbit é britânica), e ainda estou pensando por que o título do livro foi traduzido desse modo para o Português ("Os meninos e o trem de ferro"). Primeiramente, parece-me que quem fez a tradução sequer leu o livro, afinal os "meninos" do livro em si, são na verdade duas meninas e um menino, filhos de um casal que vive aparentemente na grande Londres no ano de 1900. A edição que li era muito bonita, com ilustrações bem marcantes do período vitoriano e um ótimo espaçamento. Sem cotejar a tradução ou outros aspectos, vamos falar do plot do livro em si. 
      "The railway children" é um livro infantil, ou seja, escrito para crianças que estão entrando no universo da leitura, é escrito de uma forma simples, conta com tramas "bobinhas" e apela para aquele sentimento de infância que qualquer adulto consegue sentir ao ler. O que eu acho incrível em um livro infantil é quando a história consegue tocar adultos com a mesma intensidade que toca o seu público alvo. Edith Nesbit possuía uma maestria para escrever, conseguindo nos transportar para os campos da Inglaterra (durante certas passagens, me sentia tomando chá com as crianças e comendo uns pãezinhos com manteiga). Durante toda a trama não descobrimos o nome do pai e da mãe, eles são dirigidos apenas como "pai" e "mãe". Bobbie, Peter e Phyllis são as três personagens principais do livro, e logo nas primeiras páginas mudam totalmente seus horizontes. Mudam-se de Londres para uma casa com três chaminés no interior da Inglaterra, o pai da família some por um período indeterminado sem motivo aparente, e a mãe, sozinha, cuida dos três filhos enquanto escreve poemas e contos para ter uma forma de sustento. Embasbacados pelas mudanças repentinas e pela falta do pai, as crianças encontram conforto na estação de trem da vila em que estão morando, e em todas as pessoas que trabalham ao redor dela. Ajudam a mãe com muito fervor ao notarem o quanto sofre; ficam felizes quando sua mãe consegue vender mais poemas e contos do que o usual; ajudam todos que podem na vila; acenam para as pessoas que passam no trem das nove horas enquanto sentam na cerca da casa de três chaminés. 
    É um livro bonito, você consegue dar boas risadas. Altamente recomendo para quem está procurando um livro para ler em Inglês pela primeira vez; talvez você encontre dificuldades com algumas expressões britânicas antigas, mas nada que um bom dicionário não resolva. 

Nota no Goodreads: 4/5 stars. 

Ebook na Amazon: http://amzn.to/2zWF3AT
Livro em Inglês na Amazon: http://amzn.to/2j7QoUr


Aparentemente eu estou apenas seguindo as convenções




Segundo a maioria das pessoas que fazem Letras, todos os estudantes do curso precisam de um blog; quem sou eu pra quebrar a ideia das massas não é mesmo? Meu nome é João, sou leitor voraz, amante de línguas, professor de Inglês, novo matriculado na graduação de Letras-Inglês e tenho planos demais. Na minha cabeceira tenho um livro do Dickens e um livro infantil do início do século XX, então acho que você pode ter uma ideia do meu pensamento liberal relacionado à leitura; acho que todo tipo de leitura é válida. Moro no Sul do Brasil, estou a três meses juntando dinheiro pra uma viagem à Londres e, para mim, o melhor programa de sábado é ir para o interior da minha cidade, beber cerveja barata com meus amigos e escutar Kings of Leon. A elitização de qualquer tipo de educação me repugna. Vou deixar meu perfil do Instagram ali embaixo pra me conhecerem melhor.

see ya.
https://www.instagram.com/joao_manica_/