A ilha da infância-Minha luta (livro 3), de Karl Ove Knausgård

Título Original: Min Kamp 3
Autor: Karl Ove Knausgård
Tradução para o Português: Guilherme da Silva Braga
Ano de publicação: 2009



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    Novamente a minha vontade de conhecer a Noruega apenas aumentou depois que finalizei essa leitura. O motivo de eu ter ficado fascinado pelo primeiro livro do Karl Ove, o que eu acho que não  é nenhum segredo para quem acompanha o blog desde o início, é o total despimento do autor nas páginas de suas longas narrativas. De uma forma corajosa, alguns diriam estúpida, Karl Ove fala de qualquer mazela de sua vida, porém, cabe ao leitor ter o senso crítico de analisar a obra como uma narrativa fictícia e levar em conta isso na hora de fazer a leitura. 

    No primeiro livro o escritor norueguês busca descrever a morte de seu pai, e a relação familiar antes e após o acontecimento. O segundo volume toma conta dos amores da vida do Karl Ove, de seu divórcio e novos amores, da relação com seus filhos, e de duas personalidades que o autor parece tomar em diferentes situações do cotidiano. Enquanto que no terceiro livro, o autor busca resgatar as memórias de sua infância, das mais insossas até as mais desconcertantes.

    A maioria do livro narra episódios com o intuito de criar um panorama sobre como foi a infância do autor, suas descobertas tanto sexuais quanto intelectuais, seu novo amor pela leitura, o modo que seu pai o tratava nas mais rotineiras ocasiões, o medo constante que um filho pode ter de seu pai, sua relação com amigos, criação de identidade, etc. Karl Ove diz com todas as palavras que seu pai era o homem mais temido em sua vida, o que foi esclarecido em várias passagens descritas pelo autor. Uma das mais chocantes em minha opinião, foi quando Karl Ove come duas maçãs em um mesmo dia, contrariando a ordem do seu pai. No dia seguinte, seu pai o obriga a sentar em um banquinho na cozinha e comer um número absurdo de maçãs, enquanto que ele fica apenas observando a reação do filho; beirando ao sádico, diga-se de passagem. 




    A relação do escritor nórdico com relação às mulheres começou muito cedo, em certos trechos a descrição do fascínio que ele tinha pelas garotas chega a ser cansativa. Ele narra exatamente o que chamava sua atenção em cada garota, suas vontades sexuais que estavam começando a florescer e, claro, suas decepções amorosas. O Karl Ove criança me pareceu um menino que foi muito reprimido, que tinha medo de expor sua opinião, pelo menos foi essa a visão que tive através da lente da escrita do autor. 

    Na escola, e também em sua casa, ele era chamado de "mariquinha", ou algo com o mesmo sentido, pois sempre começava a chorar quando algo de que ele não gostava acontecia. Isso me mostrou na verdade uma face diferente do autor, nunca pensei no Karl Ove como uma criança sensível, que gostava de ficar lendo às vezes por dias à fio em seu quarto, e que também gostava de conversar sobre roupas e moda.

    Karl Ove com certeza é um dos meu autores contemporâneos preferidos. 


3 comentários:

  1. Parei no livro 2, Um Outro Amor. :-(
    Agora tô lendo O Velho e o Mar, de Hemingway. Já leu?

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